quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Tudo ok

Eu recebi uma notícia que me deixou nervosa, bem nervosa, nervosa pra cacete. E as coisas não melhoraram, gente imbecil dirigindo na minha frente só complicou.
E eu começo a passar mal se estou nervosa pra caralho, e eu estou nervosa pra CARALHO.
Tudo bem, tem coisa pra cacete pra resolver, estou com o dia todo ocupado. Mas não estou. Tudo, absolutamente TUDO que eu tinha para fazer hoje foi passado para amanhã. Alguém quer que eu enfarte!
Ok, ok, vamos tentar nos acalmar. O ar-condicionado está desligado, claro que está. Estão belos 30ºC lá fora e esse bando de infeliz com o ar desligado. Não, eu ouvi barulho, o ar está ligado. Deve estar marcando alguma temperatura ridiculamente alta, porque eu continuo suando. Feito um porco no abate - se é que porcos no abate suam, para ser sincera eu nunca tive contato com um porco no abate. Chegou uma mensagem! Corre, não era nada, merda!
Ok, ok, vai ficar tudo bem, tudo que eu tenho que fazer agora é controlar o batidão do baile funk que está acontecendo na minha caixa torácica. Maldito músculo involuntário que não faz o que eu estou mandando!
Tá bem, de repente se eu meditar. Um barulho! O que? Não é aqui...ai cacete!
Ok, vou tomar um café. Mas eu estou nervosa, se tomar café vou ficar com azia. Ah, mas tem bolacha, come uma e toma uma café.
Quem sabe se eu tentar mexer no computador, isso vai me distrair. Essa bosta de torre, eu já apertei umas cinco vezes o botão e ela não liga. Checa a energia, ok. Checa o estabilizador, ligado e funcionando. Checa a tomada, essa merda deve estar com mal contato e eu fui obrigada a ficar agachada e me enfiar embaixo da mesa toda espremida. A tomada tá ok, vou tentar apertar o botão mais uma vez só pra ter cert...claro que ligou, esse lixo!
Ok, ok, vamos ver se tem alguma coisa interessante. Mensagem! Ok, isso me tranquiliza ABSOLUTAMENTE NADA, muito obrigada!!! Que bom, agora eu estou pensando no pior, no pior do pior. Nunca tive que reconhecer o corpo de alguém no IML, será que é muito difícil? Os outros corpos, o cheiro de formol...ótimo, agora eu já estou preparada para o pior. Melhor prestar atenção em alguma outra coisa.
Facebook, o melhor amigo dos devaneios. Ok, nada, nada, nada, nada, nada, não é possível que a única vez em que eu realmente preciso passar o tempo e esquecer das coisas nem o facebook me ajuda!! Que inferno!
Mensagem! Meu amigo me mandou uma piada de pai hahaha haha ha ai ai, nem foi assim tão engraçada, acho que estou em ponto de desespero.
Minha barriga está doendo, não devia ter tomado aquele café.
Acho que eu não vou conseguir almoçar. E eu ia comer pastel...*gulp*. Melhor não pensar em pastel. Pensa em arroz, canja, pão, deixa para lá, melhor não pensar em comida.
Ok, ok, vai ficar tudo bem, é só desligar a internet. Ah, mensagem, nem deve ser nada. O que? Tá tudo bem?? Mas agora que eu me preparei mentalmente pro pior? E o meu nervoso, o que eu faço com ele agora? E os anos de vida que eu perdi em batida de coração? Ai, que bom que está tudo bem, mas por que eu ainda estou nervosa? Realmente aquele café não foi uma boa idéia.
Ok, ok, tudo bem, tudo bem mesmo, tudo bem DE VERDADE! Cara, que felicidade.
Agora tudo que eu preciso fazer é manter a calma por mais cinco horas, CINCO HORAS?! Mas meu deus, isso é muito tempo!!!
Eu preciso de uma dose de rum. Eu preciso de duas doses de rum! Vou pegar um café.

sábado, 7 de novembro de 2015

Prazo de validade

Eu duro pouco. Me apego, me apaixono, me enveneno e sumo.
Duro o tempo que tiver que durar, desde que esse tempo seja pouco.
Eu surpreendo. Sou melhor do que a sua imaginação.
Deixo os sentidos aguçados. A libido exacerbada.
Eu explodo. Me entrego. Vivo cada segundo como se fosse o último. Tudo é como um festejo.
E então, vou embora. Como quem não quer nada, saio à francesa e vos deixo se endagando para onde fui.
Fui por aí, procurando outra alma carente, louca por mim. Fui a procura de quem me quer de verdade, nem que seja com prazo de validade.
Vou por aí andando pelas ruas, os bares, as baladas. Tocando a superfície, sem tocar a alma.
Eu pego, mas não me apego.
Sou fácil, mas sou difícil.
Quem se entrega, se lasca.
Só quem sabe lidar comigo é que se dá bem. Se arranja aqui e acolá e logo, logo, some, que nem eu. Some que é pra não deixar vestígio. Some, porque sabe que se ficar a coisa complica. E eu não sou dessas.
Sou de amores rápidos e fúteis. Sou de conversas intensas e paixões fulminantes.
Sou rápida, mais rápida que um piscar de olhos. Num momento estou ali, três meses depois eu já sumi.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Pelo direito de ser feliz sozinha

Ultimamente ando bem cansada dessas idéias pré-moldadas de que você só pode ser feliz com determinados requisitos. Casa própria, carro na garagem, marido/mulher, filhos e cachorro de raça.
Não!
Eu não preciso de companhia para ser feliz. Não preciso de namorado ou marido ou filhos.
Aprecio a companhia dos meus amigos mais do que tudo nesse mundo, mas isso em nenhum momento significa que eu goste mais de estar com eles do que de estar sozinha.
Eu amo ficar sozinha! E não só pelos motivos óbvios: fazer o que quer quando quer. Amo ficar sozinha, porque amo a minha companhia. Porque ninguém me entende e/ou me ama como eu mesma. E, eu sei, isso soa narcisista, mas se por narcisista entende-se alguém que é 100% confortável consigo mesma, então eu sou sem sombra de dúvidas narcisista!
Não vou trocar minha companhia sozinha em casa fazendo o que gosto, do modo como gosto por nenhum programa no mundo.
Quando me perguntam quais os planos pro final de semana e eu respondo que vou ficar em casa, em nenhum momento eu quero dizer que estava desesperada pra sair e ver pessoas e não recebi um convite, mesmo porque quando eu quero sair não preciso de convite de ninguém.
Essa é uma das provas do quanto eu aprecio a minha companhia. Eu me levo no cinema, me compro presentes caros, me mimo, me levo pra jantar, me amo como mais ninguém no mundo me ama. E, meu deus, como eu queria que as pessoas fossem um pouco mais Beatriz de vez em quando!
Como eu queria que o mundo não tivesse problema consigo mesmo. Que soubesse se apreciar e se amar sem medo de ser feliz. Sabe aquele negócio de que você não pode exigir que o outro te ame sem você se amar primeiro? Então. Se ame!
Pra mim, não existe coisa melhor no mundo do que (pelo menos) uma vez por semana desligar os telefones e a internet e me curtir, seja assistindo TV, lendo um bom livro, cozinhando ou mesmo limpando a casa ao som de um bom set list.
A gente não tem muito tempo para ficar gastando com quem não vale a pena. Então nada melhor do que esquecer do mundo de vez em quando.
E, no geral, eu acho que já passou da hora das pessoas aceitarem (porque entenderem eu já vi que 'tá bem difícil) que eu gosto sim de ficar sozinha e isso é um direito meu. Então, nunca, jamais, tente me convencer a sair quando eu disser que "hoje" vou ficar em casa. Jamais tente me convencer de que isso é um sinal de depressão ou que eu preciso de ajuda (sério, pare) por conta do simples fato de eu ficar confortável na minha própria presença. Pelo contrário, tente, ainda que como um experimento, ficar sozinho pelo menos uma noite de sábado, e vai entender como isso é libertador!

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Ame

As pessoas tem essa mania de procurar um outro e nessa procura do outro acabam se perdendo.
Tem tanta coisa no mundo para se aprender e descobrir e você parou tudo que era importante pela espera por alguém que talvez nem apareça. 
Algum monstro um dia colocou na sua cabeça que você precisa de um parceiro pra viver a sua vida e que, enquanto esse parceiro não aparecer, você não pode ser plenamente feliz.
Pro inferno com isso!
Quer dizer que a sua companhia não basta? Vai me dizer que você não se aprecia? Nunca ouviu falar que para amar o próximo, você deve primeiro se amar?
Essa estória de que precisamos de alguém pra ser feliz é a mais infeliz e antiga lorota já contada. 
Ouve-se todos os dias as mulheres reclamando que não acham um parceiro decente.
Ouve-se todos os dias os homens sussurando o mesmo.
Que tal parar um minuto e olhar no espelho?
Não precisa ir longe, tira uma foto com o smartphone e olha.
Não é pra reparar só nos defeitos. Repare em tudo. Se apaixone por você mesmo.
Lembre-se da primeira vez que ouviu sozinho a música do John Mayer no rádio.
Recorde aquela vez em que viu uma cena romântica no filme e não precisou se preocupar em enxugar as lágrimas, porque ninguém viu.
Aprenda a viver e apreciar sua própria companhia. Não há mais ninguém no mundo que você tenha que aturar durante tanto tempo quanto você mesmo e mais ninguém no mundo que vai te aturar durante tanto tempo. 
Se ame. Se presenteie. Se mime. Mais ninguém te conhece tão bem quanto você. 
E, quando finalmente tiver coragem de sair desse armário e se assumir pro mundo, vá sozinho na festa de família, olhe na cara daquela sua tia que sempre te pergunta se você continua solteiro e responda em alto e bom som SIM!
Transpareça o quanto você se ama!
Mas cuidado, pois esse é o amor mais traiçoeiro. Não que você vá se trair, pois uma vez que nos apaixonamos por nós mesmos nunca mais nos desapaixonamos. Mas cuidado com os outros. O amor por si é o que causa mais inveja, rancor, ódio no coração. O amor por si é desentendido pelos desamados. O amor por si, causa aos outros uma tristeza exacerbada, pois eles não conhecem esse amor e, portanto, não sabem viver ao lado de alguém que o possui.
O amor por si é o verdadeiro amor incondicional, pois não depende de condições, não depende de lugar, não depende de pessoas, só depende de você. 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Era uma vez

Quando a gente é criança (principalmente as meninas), somos ensinadas a acreditar em contos de fadas e em príncipes encantados, do tipo que vem nos salvar exatamente no momento em que nossa vida está um caos.
Eu nunca fui muito de contos de fadas, toda essa baboseira de final feliz sempre me pareceu uma mentirosa lavagem cerebral.
Conheci todo tipo de gente no meu pouco tempo de vida, a maioria me fez desacreditar em coisas e pessoas boas, me fizeram desacreditar inclusive em mim mesma.
Passei por muita coisa e não passei por nada. E devo admitir, que, apesar de várias situações ruins, hoje em dia eu acredito. Acredito em finais felizes, castelos e príncipes encantados, tudo dentro do padrão metáfora, é claro.
Acredito que tudo acontece no momento em que deve acontecer. Que temos sempre que lutar por aquilo que achamos certo e que, um dia, somos recompensados por nossas batalhas, com nosso tão sonhado (e merecido, diga-se de passagem) final feliz.
E, toda a minha fé e esperança eu devo a minha fada-madrinha. Um tanto não convencional, ela é. Não tem varinha, vestido bufante, asas ou mesmo aquela voz doce e aveludada. É mulher feita de ferro, não, de ouro cravejada com diamantes. É a pessoa mais forte que eu conheço e a mais frágil. Passou por tanta coisa na vida, que dava pra escrever um livro, o título seria "A Fada-Madrinha que precisava de uma Fada-Madrinha". Faz desejos virarem realidade, faz profecia e feitiço de proteção. É mãe-leoa, protege aqueles que ama com unhas, dentes e um rugido feroz. Você não quer ver essa mulher brava, até o diabo tem medo dela. É doce e gentil, mas só com quem merece e, para merecer, meu bem, tem que se esforçar. Tem um coração do tamanho do universo, mas é desbocada. Trata com amor, carinho e uma pitada de acidez. Dá o mundo a quem ama e, o faz, sem pedir nada em troca.
"Ela", com 'e' maiúsculo, é mulher de verdade, que luta e faz acontecer. Que te faz acreditar que existe, sim, bem no mundo. Que ainda existe esperança e que tudo pode dar certo, é só você desejar com todo o seu coração.
Ela é família. É melhor amiga. É gêmea de espírito. É ser iluminado. É protetora. É mãe.
E nesse dia a única coisa que eu posso fazer é trocar os papéis.
Eu serei a fada-madrinha dessa vez. Vou te fazer acreditar no seu final feliz, seja ele qual for. Mas não se esqueça, tem que desejar com todo o seu coração. Então, ao balançar da varinha, como que por pura mágica, eu lhe concedo seu desejo!
Como brinde, tem o meu desejo a você. Que tudo de bom que você já fez às pessoas, lhe seja devolvido. Que toda a felicidade que entregou, seja retornada. E que todo amor que demonstrou, seja proliferado.
Eu sei que isso tudo não é nada perto da imensidão que você merece, mas eu ainda tenho muitos anos para lhe desejar o resto.
Feliz Aniversário e Feliz para Sempre!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

As idas e vinda daquele safado músculo involuntário

Todo mundo já gostou demais e de menos de alguém.
Já fizemos loucuras de amor e já julgamos os outros por fazê-las.
Nesse mar de sentimentos, nesse turbilhão de emoções, nesse vai e volta de sentimentalidades já perdemos amigos, parceiros e pedacinhos de nós.
Nosso coração 'tá remendado, costurado, com papier mâché de um lado e band-aid do outro.
O bichinho anda tão destruído que às vezes nem parece que existe.
Às vezes se esconde, fica às cegas, só observando. Brinca com uns, perturba outros e dá risada no final.
Às vezes se espõe. Tira a armadura e vai de peito nu pra luta, bate, é batido, se quebra todo, se arrepende, mas fica feliz por ter tentado.
Você sabe que, se depender dele, sua vida nunca vai ter regras.
Se for pela ironia desse inconveniente, nunca poderá fazer planos longos, porque ele vai acabar aparecendo e acabando contigo.
Ele tem mania de trazer novas felicidades quando menos se espera e arrancá-las dos nossos braços quando estamos mais confortáveis.
Por isso, temos essa relação de ódio e amor com nosso coração. Por isso, nos fechamos e nos abrimos à pessoas certas ou erradas.
Por isso, devemos continuar tentando, porque visto que é sempre ele que nos testa, de vez em quando é bom testarmos o quão involuntário ele é.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O futuro

Cada dia mais eu vejo como a minha geração foi privilegiada.
Quando era criança ninguém vetava o tipo de desenho que eu assistia, todos eram bons, mesmo com suas "violências gratuitas". Muitos princípios que eu tenho hoje foram absurdamente influenciados por programas de Tv como Castelo Rá-Tim-Bum, Cavaleiros do Zodíaco, Thundercats e Tom e Jerry. Sim, Tom e Jerry, o mesmo desenho que serviu para a alegria de gerações, mas hoje é considerado agressivo demais pras crianças. Sério, me pergunto o que aconteceu com o DNA do ser humano que ele tenha ficado tão frágil ao longo de uns vinte anos que hoje em dia ele seja incapaz de lidar com a "violência" de Tom e Jerry.
As crianças criadas sob o método do "cala a boca e não enche o saco" ao invés do método "educação para uma vida" vão crescer sem nenhuma noção de princípios e moral do ser humano.
Crianças que "brincam" com celulares e tablets ao invés de carrinhos e bonecas. Crianças que precisam de pais do lado delas o tempo todo, do contrário....vendo a reação dos pais com seus filhos, sinceramente, tenho medo de imaginar o contrário...elas explodem, talvez? Um cordão umbilical imaginário se rompe e a energia vital delas desaparece lhes causando a morte?
Eu vejo o tipo de "educação" fornecida pelos pais às crianças de hoje e tudo que passa pela minha cabeça é um agradecimento de que eu nasci na época certa. Elas não aprendem sobre respeito, ordem, responsabilidade e mesmo finanças, visto que muitos pais, ainda que não possam, querem comprar os melhores gadgets para seus filhos.
Crianças não deveriam precisar de IPads, Galinha Pintadinha ou McLanche Feliz, deveriam precisar de educação. Comer de tudo, porque os pais as ensinaram assim, não porque são obrigadas a comer determinado grupo de comida. A cantina da escola não deve servir apenas frutas e legumes, deve servir de tudo.
As crianças são obrigadas a assistir programas infantis que, na minha opinião, foram desenvolvidos para pessoas com deficiência mental e por pessoas com deficiência mental. Depois brincam com jogos eletrônicos que seguem o mesmo padrão. Em seguida comem o que querem, pelo simples fato de seus pais ou responsáveis terem preguiça de argumentar e de mandar.
Feliz era eu, que tinha horário para ir para a cama. Feliz era eu que, quando tirava uma nota ruim, o problema era meu e não do meu professor. Feliz era eu quando tinha que ficar estudando (depois de levar uma belo de um esporro), porque fiquei de recuperação no colégio, ao invés de me trocarem de colégio, porque o último não supriu as minhas necessidades.
As crianças de hoje em dia vão crescer (e já estão crescendo) mimadas, arrogantes, metidas, sem respeito ou honra. Agora, pensa comigo naquele babaca clássico e estereotipado de filme e me fala, consegue imaginar um mundo cheio deles?